quinta-feira, junho 03, 2010

Encanto

EncantoBy Pedro Paulo Buchalle . . . pra Mira com CARINHO !  


Durmo suspirando tua distância. . .

..."Quisera bastar-me em mim no penar que me consome,
A cada vez que tuas carícias são sentidas
No turbilhão de saudades que é teu nome.

A este frenesi de aromas acompanha
Perfume e vinho despercebidos
A se misturar aos meus desejos,
E na procura ansiosa de teus beijos,
Vejo teus seios desenhados e perdidos
Nas curvas desnudas da montanha.

Acordo aspirando tua lembrança" . . .

PARAGEM


Segunda-feira, Agosto 07, 2006


PARAGEM by pedro paulo

Eu vou para um lugar em que eu
Possa fazer nascer rios de lágrimas
Sem que precise estar triste.
Vou deitar cansado no fim de um
Dia cheio de sonhos
No fim de uma praia qualquer
E assistir ao sol se por mais uma vez.

Vou olhar nos olhos dos rostos
Morenos queimados de sol
E falar de chuvas, de secas e
Dos cardumes de peixes
Que nas manhãs de agosto saem no baixo
Do lago que sobe o rio.

Vou misturar abraços em
Braços que margeiam lábios que
Por tudo neste mundo sorriem
Com graça. Vou ficar calado.
Vou mirar a boca que faz
Do corpo um sorriso todo
Parecer criança e beijar a
Certeza de que é eterno.

Extremos

Extremos

Quando te falo em carinho
Tiro da rosa o espinho
Pra te dar somente a flor.
Quando te falo de beijo
Da boca tiro o desejo
Pra te dar somente amor.

Mas se desejos e espinhos
Se misturam entre os carinhos
Quando te falo de amor,
É porque desejos e espinhos
Fazem parte do caminho
De quem te doou a flor.

Benção Cabocla

Benção Cabocla - By Pedro Paulo Buchalle


Benção CaboclaBy Pedro Paulo Buchalle Silva

Nascerás, e do nascer ao poente da vida estarás condenado a ser feliz as margens de um rio que será azul pela manhã, cor de fogo ao entardecer e prateado nas noites de luar.
Tua morada será a exuberância da floresta e te alimentarás com o que produzires com o suor do teu rosto.
A infelicidade somente será possível se travares desigual luta contigo mesmo por não aceitares esta dita felicidade a que estás condenado.

Viverás plenamente, e nada adiantará manteres fechada à janela pela manhã, ou que nuvens negras encubram os céus.
O sol nascerá e irá se por, assim mesmo, independente da tua vontade e te invadirá pelas frestas do tapiri.
E por mais que insistas em não levantar a maromba porque não há chuvas, as águas de março vão subir e te molharão os pés.
E mesmo que varras o chão as folhas de setembro cairão das árvores, uma a uma, até outro broto nascer.

Gozarás do anoitecer de agosto a lua que rompe cheia, clara e nua nos céus como igual em nenhum outro mês nascerá.
O pitiú e o rebujo do cardume de aracús te fará arremessar a tarrafa certeira enquanto sobem à praia do rio de prata os tracajás.
Dormirás ao relento nestas noites de piracaias inesquecíveis e ao luar acordarás com o vento quente da madrugada ao som dos bem-te-vis.

Amarás, com tamanho desejo e ternura que tuas noites terão sempre o aconchego de peles morenas e cabelos negros, sedosos, cheirosos de paticholin.
E por este mesmo amor tanto te darás e com tamanho ardor nele te consumirás, que com ele estarás na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que um novo encontro se faça na eternidade.

Multiplicar-te-ás no amor que te chama, pois eterno, e nele conceberás tua prole sem temeres o desejo ardente que o corpo na rede ao lado reclama.
Como os pássaros serão os teus, livres para remar ou cavalgar na imensidão das várzeas e terras-firmes e aprenderão contigo que a perpetuação da espécie é mais que reprodução de genes, é virtude que se passa adiante na generosidade, fraternidade e recíproca com o outro na multiplicação do moquém embebido de malagueta e tucupi.

Morrerás no ocaso dos anos e sob teus cabelos brancos restarão eternas lembranças.
Destas, levarás contigo a certeza da generosidade da terra, do rio e da floresta que te alimentou, te alegrou e te deu teto durante anos a fio.
Nesta mesma terra serás sepultado te tornando alimento para novas árvores que nascerão e que produzirão frutos que servirão aos pássaros dos céus e aos animais da floresta.

Afinidade & Necessidade: A regra da Igualdade desmistificada.

Afinidade & Necessidade: A regra da Igualdade desmistificada.

Por Pedro Paulo Buchalle
M.’. M.’. Loja Fir.’. e Har.’. Santarena n°. 17


Duas únicas razões, juntas ou separadamente, é que justificam as relações: A afinidade e a Necessidade.

De acordo com a língua portuguesa, tecnicamente, afinidade significa Relação, semelhança, analogia; semelhança entre duas ou mais espécies; conformidade, identidade, igualdade: afinidade de gostos. Tendência combinatória; coincidência de gostos ou de sentimentos. Necessidade, diferentemente, têm-se inclusive a sensação de opostos, significa qualidade ou caráter de necessário. Aquilo que é absolutamente necessário; exigência; aquilo que é inevitável, fatal; aquilo que constrange, compele ou obriga de modo absoluto; privação dos bens necessários; indigência, míngua, pobreza.

A princípio não temos escolhas, por regra geral; nascemos e não pedimos isto. A família que nos constitui não é a nossa escolha de pai, mãe, irmãos e todos os graus de parentescos conseqüentes, e, mesmo na família, onde os laços de consangüinidade deveriam definir relacionamentos iguais, temos, por escolha natural, aqueles com quem devotamos maior ou menor afinidade . Daí por diante estamos, sempre, submetidos a algumas relações necessárias e outras que por afinidade que descobrimos no curso destas ditas .

Nossos vizinhos são contingências necessárias; mas elegemos entre estes aqueles com quem vamos relacionar-nos mais freqüentemente. Na empresa, na escola, no transporte público que fazemos uso todos os dias, enfim, este binômio há de estar presente sempre em nossas relações.

Na maçonaria não seria diferente. Somos todos irmãos. Somos todos regidos por laços fraternos onde a trinômio Liberdade, Igualdade e Fraternidade é o tripé que, por conceito, nos identifica. Mesmo assim, com a igualdade prevalente, temos aqueles com quem mais nos identificamos e daí criamos relacionamentos afetivos que ultrapassam o limite da instituição.

Este tripé, entretanto, como conceito, deve ser entendido com razoável análise de prevalência, no sentido de se evitar o simplismo e cometermos o desleixo intelectual de concebermos conceitos diversos daqueles a que por princípio foram aplicados.

A propósito da IGUALDADE vale lembrar o pensamento vivo de Rui Barbosa, que foi iniciado maçom na Loja AMÉRICA, a 1º. de julho de 1869 em Salvador, no qual desmistifica-se a visão pueril do vocábulo, dando-lhe a abrangência e compreensão necessárias à sua boa e justa aplicação no mundo profano e maçônico. Vejamos, então, a harmonia da IGUALDADE na convicção conceituado de nosso amado irmão RUI BARBOSA, ao discursar na célebre “Oração aos Moços”, que trata-se de um discurso escrito, pois convidado em 1920 para paraninfo da turma de direto da Faculdade de Direito de São Paulo, aos formandos, como não pode estar presente na cerimônia de formatura, deixou seu texto para ser lido.

. . .“Não há, no universo, duas coisas iguais. Muitas se parecem umas às outras. Mas todas entre si diversificam. Os ramos de uma só árvore, as folhas da mesma planta, os traços da polpa de um dedo humano, as gotas do mesmo fluido, os argueiros do mesmo pó, as raias do espectro de um só raio solar ou estelar.

A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente os desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real. Os apetites humanos conceberam inverter a norma universal da criação, pretendendo não dar a cada um na razão do que vale, mas atribuir o mesmo a todos, como se todos se equivalessem.

Esta blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a humanidade, é a filosofia da miséria, proclamada em nome dos direitos do trabalho; e, executada, não faria senão inaugurar, em vez da supremacia do trabalho, a organização da miséria.
Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal a missão do trabalho”.

Devemos, pois, a partir desta premissa de inigualável saber divino, social, humanitário, jurídico e maçônico, mensurar com mais acuidade nossas posições enquanto executores por excelência da bondade; enquanto promotores da justiça fraterna; enquanto oradores de púlpito de nossas convicções maçônicas.

Esta necessidade de melhor compreender o outro, dadas as desigualdades naturais, e necessárias a condição de indivíduo ( o que torna cada um de nós únicos ) que somos, é que põe à prova este real espírito maçônico a que estamos obrigados, todos os iniciados, aos sermos escolhidos maçons e livremente termos aceito esta condição. Mesmo assim, escolhidos, e por livre e espontânea vontade aceitos, no seio de nossas lojas, na intimidade de nossas convicções, nossas relações ainda vão estar sujeitas ao binômio necessidade & afinidade. Estamos ligados pelos juramentos; estamos sujeitos a Constituição para o “dever ser” que é o sujeito ativo da obrigação de fazer, que é princípio constitucional a que estamos obrigados, preferencialmente, ao dever do tratamento assistencial, cavalheiro, cordial, generosos e carinhosos com todos os nossos Ir.’., Cun.’. e Sob.’. e que por regra geral se aplica a todos os homens, na visão teleológica do G.’. A.’. D.’. U.’..

Entretanto, nossas relações de carinho e afeição aos mais desenvoltos pelo estudo e aprimoramento do saber maçônico, estas, ultrapassarão os limites físicos da Sala dos Passos Perdidos, no Templo, e estarão presentes no cotidianos do seio de nossas famílias profanas e no dia a dia de nossas atividades, onde, verdadeiramente a MAÇONARIA é exercida em sua plenitude.

T.’. F.’. A.’.

A Propósito da Democracia

A Propósito da Democracia


Caro Jornalista,

Sou um caboclo amazônida, nem mais nem menos entre tantos de formação étnica comprometida pela dolência de nossos ancestrais nativos, de índios (escravos) africanos, portugueses escravocratas e espanhóis ladrões. Nem mais, nem menos. A mim ainda foi agregado sangue turco – não sei se isto atenua ou agrava a minha sucessão genética.

O rugir de suas palavras representam todas as nossas outras contidas pela falta de espaço que você dispõe e dizem plenamente da nossa indignação. Para seu pezar e contentamento dos canalhas referenciados, infelizmente, nada significam. Mero discurso perdido entre tantos outros de igual valor e qualidade. Como no velho adágio, “os cães ladram e a carruagem passa”. Em nosso caso com uma mudança significativa: “os cães ladram, a carruagem para, joga algumas migalhas e passa”. Alguns cães, como nós, que vociferamos mais veementemente, aproveitam-se da breve parada para irrigar-lhes as rodas com nossa desprezível urina e com isto vangloriamos-nos garbosamente do feito.

Quão inútil somos!

Eis a democracia, meu caro jornalista: meu bem, meu mal. Ei-la, poderosa, na plenitude de seus mais profundos fundamentos, onde a maioria, no pleno exercício de seus direitos políticos elege seus governantes. O que não ficou claro na “criação de tal projeto”, a democracia, pelos nossos gregos de plantão à época deste antecipado iluminismo, é se no caso de tamanha e desqualificada maioria (nosso caso) , seriam os mesmos os princípios a serem seguidos. Hoje, distantes do princípio criador, na América do Sul, do lado de baixo do equador, no Brasil (quanta seqüência de azares demográficos), aquilo que deveria ser a mais perfeita manifestação de governabilidade transforma-se em cruel constatação de injustiças no desfilar diuturno dos escândalos palacianos.

Parece-me que a Revolução Francesa tem algo a nos ensinar. Mas onde estão Robespierre e Rousseau ? Quem vai nos defender deste real “massacre do Campo de Marte” a que estamos sendo conduzidos por esta sintonizada orquestra de nossos “Luiz XVI” ???? Não os vejo.

Eis, meu caro jornalista, a perpetuação da miséria humana, pela via do voto.

A PROPÓSITO DO HAITI E DE OUTROS TERREMOTOS NA AMÉRICA.

A PROPÓSITO DO HAITI E DE OUTROS TERREMOTOS NA AMÉRICA.



Recolho-me calado diante da minha incapacidade de compreender as tragédias e as ações humanas a partir destas. Vejamos o caso do Haiti. Poderia ser qualquer outra, dos “tsunamis” ou terremotos outros. Enfim, a história nos conta centenas de casos iguais e de como o mundo se mobiliza para o auxílio das vítimas. Forças Tarefas são enviadas, agasalhos, comida, remédios, helicópteros; famosos (Travolta, Scarlett Johansson) vão pilotando seus jatinhos particulares levar leite e cobertores; presidentes (Lula, Obama) fazem discursos inflamados de solidariedade; compositores e músicos (Kirk Franklin, Jeremy Camp) criam letras de músicas para sensibilizar o mundo pela música. Enfim, eis a solidariedade humana!

Enquanto isto séculos de destruição e morte somam-se no dia-a-dia de brasileiros, venezuelanos, bolivianos, hondurenhos, enfim, apenas para citar a tão propalada América dos sonhos. Políticos sujos, corruptos e ladrões se revezam no poder, perpetuando a miséria humana pela fome, pelo desemprego, pela insegurança, pela má educação; promovendo a morte, não sob os escombros de um terremoto, mas sob os restos de uma sociedade falida para as maiorias de miseráveis sem saber, sem nome e sem esperança.

O mundo precisa apurar os ouvidos para o ensurdecedor ruído deste terremoto que não se mede pela “Escala Richter”; é preciso destronar estes “Senhores da Guerra” fria, suja, imunda de corrupção e dor. Não é possível mais assistirmos de braços cruzados esta falsa democracia crescer aos níveis que chegou. A natureza que nos privilegiou com a ausência das fissuras tectônicas não foi tão benevolente assim com os nossos governantes, onde a fissura moral trinca por inteiro o caráter destes canalhas e causa muito mais estragos na vida dos homens que qualquer terremoto destes que tanta mobilização causam.

Isto não torna menor a realidade de nossos irmãos haitianos, não significa ignorar sua dor e nem negligenciar na ajuda humanitária. Não. Isto significa que devemos estar atentos a estes outros terremotos que nos assolam há séculos e para os quais nenhuma ação mundial foi tomada para combatê-los.

Sinto-me num discurso perdido entre tantos outros de igual valor e qualidade. Como no velho adágio, “os cães ladram e a carruagem passa”. Em nosso caso com uma mudança significativa: “os cães ladram, a carruagem para, joga algumas migalhas e passa”. Alguns cães, como nós, que vociferamos mais veementemente, aproveitam-se da breve parada para irrigar-lhes as rodas com a desprezível urina e com isto vangloriar-se garbosamente do feito.

Eis a democracia desta outra América: meu bem, meu mal. Ei-la, poderosa, na plenitude de seus mais profundos fundamentos, onde a maioria, no pleno exercício de seus direitos políticos elege seus governantes, seus pares. Aquilo que deveria ser a mais perfeita manifestação de liberdade transforma-se em cruel constatação de injustiças no desfilar diuturno dos escândalos palacianos bem mais devastadores para o povo que um terremoto.

Estamos soterrados sob séculos de corrupção; sob os escombros da moral e ética públicas; atolados até o pescoço na insegurança, na má cultura e má educação; asfixiados de bolsas assistencialistas por todos os lados. Agonizantes.

Socorro! Help! Hilfe! Aider! Βοήθεια! Cabhair! Aiuto! Pomoc! Помощь! 帮助! ヘルプ!

Olá – Alguém ouviu ????????????