quarta-feira, novembro 10, 2010

O Ocaso dos Anjos ( introdução)

Esta é uma obra iniciada e ainda inacabada, a qual apresento a introdução. Espero ianda este ano encerrá-la.


Faço a abertura com um poema de Olavo Bilac - pertinente como poucos à conduta humana.
" Não és bom, nem és mau: és triste e humano...
Vives ansiando, em maldições e preces 
Como se a arder no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.
Pobre, no bem como no mal padeces;
E rolando num vórtice insano,
Oscilas entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas com as virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:
E no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.
(Olavo Bilac)

. . . . . . . . .
Muitas vezes em minha vida optei pela descrença. Julguei e condenei qualquer coisa em que não fosse possível um mínimo de lógica, decretando ao Criador, como se poder tivesse para decretar tal coisa, absoluto objeto da fé de uns, fanatismo de outros e necessidade absoluta da maioria esmagadora que criava seus próprios deuses para satisfazerem seus desejos inalcançáveis. Se por este método não resolvia, na pior das hipóteses, dava-lhes força para esperar o milagre, que via de regra não acontecia, facilitando-lhes o convívio com a dor e preservando a esperança, fruto da fé, objeto finalista dos que crêem. Até porque os milagres que os homens querem estão sempre fora do alcance dos deuses, que na solidão de seu poder não conseguem, sem a cumplicidade destes tais necessitados, milagre algum fazer.
Nestas histórias de milagres e padecimentos, em que algumas são sagradas, a dor transita na mesma faixa da esperança, na contramão da fé e, na arredia falta de convicção de si mesmos, perambulamos todos nós, crédulos e incrédulos, no exercício diário de pagas e promessas, ora cumprindo-as, ora negociando com nossos deuses e demônios. Isto porque alguns deles, deuses ou demônios, terminam por operar milagres, satisfazendo desejos que por si mesmos conseguiriam suas criaturas se melhor acuidade tivessem no diligenciar de seus atos, onde, no mínimo, rendessem às suas divindades, ao fim do dia, os créditos de seus acertos e perdões pedissem pelos deméritos auferidos.
E foi assim que roguei a todos os deuses e demônios naquele momento de desespero, por não saber a qual deles servia meu assustador visitante, que um milagre ocorresse e aquela criatura pequenina e de formato angelical desaparecesse da minha frente, ou do meu lado, como de fato estava. O milagre não ocorreu, não porque me faltasse acuidade ou diligência, como sentenciei, mas por absoluta falta de impropriedade material. De fato estava ali o anjo. Eu e ele, disputando a mesma cama. Eu, de meu lado, temeroso. Ele, pelo que se via, muito mais interessado em chamar minha atenção.

A Propósito da Democracia

Caro Jornalista,

Sou um caboclo amazônida, nem mais nem menos entre tantos de formação étnica comprometida pela dolência de nossos ancestrais nativos, de índios (escravos) africanos, portugueses escravocratas e espanhóis ladrões. Nem mais, nem menos. A mim ainda foi agregado sangue turco – não sei se isto atenua ou agrava a minha sucessão genética.

O rugir de suas palavras representam todas as nossas outras contidas pela falta de espaço que você dispõe e dizem plenamente da nossa indignação. Para seu pezar e contentamento dos canalhas referenciados, infelizmente, nada significam. Mero discurso perdido entre tantos outros de igual valor e qualidade. Como no velho adágio, “os cães ladram e a carruagem passa”. Em nosso caso com uma mudança significativa: “os cães ladram, a carruagem para, joga algumas migalhas e passa”. Alguns cães, como nós, que vociferamos mais veementemente, aproveitam-se da breve parada para irrigar-lhes as rodas com nossa desprezível urina e com isto vangloriamos-nos garbosamente do feito.

Quão inútil somos!

Eis a democracia, meu caro jornalista: meu bem, meu mal. Ei-la, poderosa, na plenitude de seus mais profundos fundamentos, onde a maioria, no pleno exercício de seus direitos políticos elege seus governantes. O que não ficou claro na “criação de tal projeto”, a democracia, pelos nossos gregos de plantão à época deste antecipado iluminismo, é se no caso de tamanha e desqualificada maioria (nosso caso) , seriam os mesmos os princípios a serem seguidos. Hoje, distantes do princípio criador, na América do Sul, do lado de baixo do equador, no Brasil (quanta seqüência de azares demográficos), aquilo que deveria ser a mais perfeita manifestação de governabilidade transforma-se em cruel constatação de injustiças no desfilar diuturno dos escândalos palacianos.

Parece-me que a Revolução Francesa tem algo a nos ensinar. Mas onde estão Robespierre e Rousseau ? Quem vai nos defender deste real “massacre do Campo de Marte” a que estamos sendo conduzidos por esta sintonizada orquestra de nossos “Luiz XVI” ???? Não os vejo.

Eis, meu caro jornalista, a perpetuação da miséria humana, pela via do voto.

A propósito da perseverança. . .

A oração da SERENIDADE, dedicada aos dependentes químicos ( alcoólatras principalmente), tem grande significado também no mundo dos que têm outras dependências, como a insegurança - especialmente.

O texto abaixo é de grande ajuda para os que queiram seguir, com calma, perseverança e serenidade, estes ensinamentos, que a mim foram de grande e inestimável valia:

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Estes desabafos, via textos, nada de abstrato ou utópico contêm. Estas coisas podem sim ser alcançadas se percebidas a tempo. De que tempo falamos? Do seu tempo, daí precisar ser percebido na sua concepção. A mim, lamentavelmente, aconteceu muito depois do que busquei, mas, enfim, alcancei. Espero que pelo menos eu tenha me percebido precisando mudar. E mudanças se fazem pouco a pouco, pois são um estado permanente de crescimento.

Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar,coragem para modificar aquelas que podemos esabedoria para distinguir umas das outras.
O QUE É A SERENIDADE?

O termo é definido do varias maneiras: a calma, o sossego, a paz e tranqüilidade, a paz da mente, o equilíbrio emocional, o estado não perturbado, o sangue frio e o domínio de si. Contudo, do ponto do vista prático, talvez a melhor definição seria “a capacidade de viver em paz com os problemas não resolvidos".

A Oração da Serenidade fala em “aceitar as coisas que não podemos modificar”. A aceitação não deve ser confundida com a indiferença. A indiferença deixa de distinguir entre as coisas que podem e as que não podem ser mudadas. A indiferença paralisa a iniciativa. A aceitação libera a iniciativa, aliviando-a das cargas impossíveis. A aceitação é um ato do livre arbítrio, que para ser eficaz requer a coragem moral de se persistir apesar do problema imutável. A aceitação liberta o aceitante, rompendo-lhe as cadeias da autopiedade. Uma vez aceito o que não pode ser modificado, a gente fica livre para empenhar-se em novas atividades.

Foi dito que uma mente imatura procura um mundo idealístico. Queiramos ou não, precisamos encarar o mundo da realidade e aceitar a vida tal qual ela é, com todas as suas crueldades e inconsistências. Talvez, em ultima análise, o inicio da sabedoria esteja na simples admissão de que as coisas nem sempre são como queríamos que fossem. E que nós mesmos somos imperfeitos e não tão bondosos e trabalhadores quanto gostaríamos do ser.

No que crêem os homens, afinal ?

A propósito de uma matéria que foi apresentada na TV, o entrevistado, antropólogo, discorre sobre as crença e cultos à divindades e diz das diferenças regionais, estaduais e mesmo continentais e suas manifestações exatamente em face da cultura e do tempo.

Divaga o antropologista do budismo ao cristianismo, do islamismo ao judaísmo, entre outros, enfim, criando paralelos entre uma e outra religiões, cada uma em seu tempo e todas ao mesmo tempo pelas razões em si mesmas defendidas. Pareceu-me, assim vendo e ouvindo-o, que faltou algo de palpável nestas ditas manifestações de crenças do homem ao longo do tempo; algo que ultrapassasse a mera e discutível imaterialidade e fosse, além disto, buscar as razões destas ditas buscas humanas na sua relação com o divino no tocante a um tema de tamanha complexidade para muitos. A mim me parece de facílima compreensão o assunto. Já manifestei-me em outros momentos sobre este tema. É que ao longo do tempo amadurecemos estes pensamentos, lapidando-os, o que não significa dar melhor juízo de valor aos mesmos. Mudamos-lhes a cara nestas novas lapidações.

Ora, se voltarmos alguns milhares de anos, de economias outras, época das cavernas, da pedra lascada, das primeiras chamas, da primeira vez eretos sobre dois pés, perceberemos que tudo se resumia em procriar, caçar, pescar e colher frutos (não necessariamente nesta ordem). Plantar, colher e armazenar ainda era desconhecido, assim como não era usual criar animais em confinamento para o tempo das vacas e outras espécies magras, e as adversidades climáticas, como até hoje, não têm o domínio humano.

Ao longo do tempo as adversidades tomaram outras caras, trocaram de nome, e se o advento da agricultura trouxe possibilidades infinitas de produção estoque, passando pela inteligência que permitiu os transgênicos; se a melhoria genética permitiu não tão somente a criação em cativeiro mas a maior produção em menor tempo, infelizmente, desaprendemos os conceitos de comunidade, partilha e generosidade. Já eram outras as cavernas de hoje, movidas a energia nuclear.

Não importa quanto tempo a necessidade e dificuldades de possibilidades inalcançáveis existam nem em que nível ocorram. Não importa se é a caça que mudou de prado, se tivemos que inutilmente persegui-la; se os frutos não vieram e esperamos em vão a próxima safra. Não importa. Não importa se a bolsa de Nova York, quebrou; se o câncer não retrocede, se aquele esperado emprego não saiu. Não importa se foi no exame ao vestibular que a nota não foi suficiente, ou se o tempo não trouxe de volta quem se ama e que partiu para sempre.

Não importa.

Nestas circunstância adversas, todas, diante do inalcançável e da necessidade urgente da solução, nós, humanos, unicamente nós entre todas as espécies, exclusivamente aquela criada a imagem e semelhança do Criador, recorremos ao imaginário, ao poderoso imaginário, na busca de um milagre. Foi assim que pedimos chuvas ao deus trovão, na fome da ausência da colheita, nas danças noturnas à luz das fogueiras e ao som dos maracás; foi assim que imolamos inocentes ovelhas em oferenda aos deuses da caça. E eram muitos os deuses e muitas as oferendas. Terminamos por criar algo superior, uno, que a tudo atendia, que tudo podia, que tudo sabia, que tudo via. Precisávamos da onipresença, da onipotência e da onisciência que nos permitisse, dentro de um acordo de eterna fidelidade, o alcance daquelas ditas soluções inalcançáveis.

Nestas histórias de milagres e padecimentos, em que algumas são sagradas, a dor transita na mesma faixa da esperança, na contramão da fé e na arredia falta de convicção de si mesmos, perambulamos todos nós, crédulos e incrédulos, no exercício diário de pagas e promessas, ora cumprindo-as, ora negociando com nossos deuses e demônios. Isto porque alguns deles, deuses ou demônios, terminam por operar milagres, satisfazendo desejos que por si mesmos conseguiriam suas criaturas se melhor acuidade tivessem no diligenciar de seus atos.

Nos últimos 20 séculos, em nome da perpetuação desta proteção cometemos os mais bárbaros crimes: queimamos, crucificamos, degolamos, torturamos, escravizamos, enfim, cometemos toda uma sorte de atrocidades em nome deste deus. Criamos as indulgências e a inquisição. Fizemos a apropriação contábil do dízimo e construímos templos. Civilizamo-nos, finalmente, e criamos sub-grupos de fiéis de um mesmo e único Deus. Continuamos construindo templos, majestosos, ornados de ouro, enquanto milhares de humanos morrem ao tempo de fome e frio.

Mas a verdade, a grande verdade, é que estamos sós. Desesperadamente sós coexistindo, coabitando e convivendo com nossas crendices, superstições e medos; buscando no imensurável, impalpável e imaterial o consolo final, diante da morte, certeza absoluta, que chegará, mais tempo menos tempo, de malas prontas para a viagem derradeira.

Estamos sós na ausência da generosidade, da bondade, da justiça justa e da caridade humanas. Meu preferido autor - José Saramago – constitui estas premissas em verdadeira lição de sabedoria: “ se a mim me mandassem dispor por ordem de precedência a caridade a justiça e a bondade, daria primeiro lugar a bondade, o segundo à justiça e o terceiro à caridade. Porque a bondade, por si só, já dispensa a justiça e a caridade, porque a justiça justa já contém e si caridade suficiente. A caridade é o que resta quando não há bondade nem justiça”.

É desta solidão, e nesta solidão, e por esta solidão que criamos nossos deuses na ausência da solidariedade que bastar-se-ia em si mesma para que de milagre algum necessitássemos. Tudo estaria justo e perfeito na continuidade da felicidade humana.

A propósito dos astros e sua relação com as crendices humanas. . .

Para responder com mais propriedade ao tema, vou poupar o discurso novo e valer-me, nada mais nada menos, de WILLIAM SHAKESPEARE - em Rei Lear. Anos e anos depois, nada de mais verdeiro há:

"Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem — muitas vezes por culpa de nossos próprios excessos — pomos a culpa de nossos desastres no sol, na lua e nas estrelas, como se fôssemos celerados por necessidade, tolos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores pelo predomínio das esferas; bêbedos, mentirosos e adúlteros, pela obediência forçosa a influências planetárias, sendo toda nossa ruindade atribuída à influência divina... Ótima escapatória para o homem, esse mestre da devassidão, responsabilizar as estrelas por sua natureza de bode. Meu pai se juntou à minha mãe sob a cauda do Dragão e minha natividade se deu sob a Grande Ursa: de onde se segue que eu tenho de ser violento e lascivo. Pelo pé de Deus! Eu teria sido o que sou, ainda que a mais virginal estrela do firmamento houvesse piscado por ocasião de minha bastardização.

Algo a comentar ????

A Imagem da Copa

O beijo do Capitão Iker Casillas na repórter (e namorada) Sara
Carbonero, sem dúvida me fascinou. Quase adolescente, meio pueril, palavra alguma seria lembrada com tamanha imposição de valores; uma mistura frenética de furto e ousadia. Inesperado; uma profunda demonstração de amor de mais sublime beleza. Nada mais poderia ser dito depois de tamanha manifestação de carinho que aquele beijo representará, para sempre, para o povo Espanhol.

Casillas, você transgrediu magnificamente todas as regras ao criar esta magnífica cena que, a mim, brasileiro, ficará marcada para sempre. Nem a taça erguida por seus braços de Capitão será lembrada com tamanha graça e leveza.

Hasta la vista fúria !

terça-feira, novembro 02, 2010

DILMA - O que esperar ?

DILMA - O que esperar ? Espero que dê certo - realidade ou ficção ?

DILMA não tem histórico que justifique ser PRESIDENTA (como ela mesma se intitula) do Brasil. COLLOR também não tinha - mesmo tendo um passado politico-partidário mais real que DILMA. COLLOR não deu certo e foi afastado do cargo. O que se tem de desvalor no passado de DILMA é a tal história da guerrilha ( ?????) ; da sua falta de habilidade política (!!!!) ; da falta de experiência enquanto gestora (!!!!!), enfim, DILMA não tem passado que justifique o cargo para o qual foi eleita. Coisa de brasileiro que não sabe votar (como dizia PELÉ - não sei se ainda o diz hoje). DILMA é fruto do LULA que por sua vez é fruto de um povo desqualificado pra votar. Mas o LULA deu certo porque é honesto; porque soube dar continudiade e agregar valor às prostas de governo do presidente que o antecedeu - o FHC. Estas premissas indicam que LULA estará por perto - pois o fruto está sempre perto da árvore; que o PMDB (que não é grande coisa) também estará por perto na pessoa de seu VICE - o ... ops - esqueci o nome do VICE - ah! tá, o TEMER (com um dois "emes"?). Então me parece que a DILMA não está sozinha e nem mal acompanhada. Portanto não tenho medo e pra contrariar a Regina (Duarte - aquela da novela) tenho esperanças.

Bem, se não der certo, se ela - a DILMA - enveredar pelos caminhos do COLLOR - pela mesma via ou por vias indiretas, nós -  O POVO BRASILEIRO - com ou sem as caras pintadas, vamos mandá-la de volta pro seu lugar de direito - a ESQUERDA, não sei de quem. Provavelmente para um destes grupos de "sem terras" que é o mais próximo que se tem das guerrilhas de seu passado.

DILMA - quero que você de certo como PRESIDENTA ou como PRESIDENTE do Brasil. Sou apenas um cidadão deste longínquo torrão (de terra - poderia ser de outra coisa), a Amazônia; sou do PARÁ, até então governada por uma sua companheira de saias e convicções ( a CAREPA) e absolutamente desamparado de governante (desculpa - e de vice-governante).

Juro que estou tranquilo agora. Temos um vice de vergonha (espero que não nos envergonhe no futuro) - o HELENILSON e um governador - o JATENE - que também tenho esperanças. . . aqui se vive de esperanças; de longas esperas. A propaganda da CAREPA vivia apregoando aos quantro cantos de Santarém que o JATENE só sabe pescar. Tomara que saiba mesmo. Venha pra cá JATENE. Monte um governo itinerante sobre um canoa, aqui noTapajós, e joge sua isca n'água. Será melhor que a ausência da DAMA DE VERMELHO que ao longo destes anos só deu a cara por aqui para pedir votos, desmerecidos. E não é que levou, e muitos !!!!

Sucesso para a Sra. DILMA e para o Sr. JATENE !