domingo, fevereiro 27, 2011

Borralheira

Borralheira

Em brancas vestes bebeste
Desejos na madrugada.
Vestida de seda e bar
Deixaste solto no ar
O beijo da namorada.

Perambula a borralheira
Sem sapatos de cristal.
Todas as juras quebradas,
Todas as taças trincadas,
Farrapos sobre o varal.

Onde está o véu da noiva
E o vestido da Cinderela ?
A inocência perdida
Vagueia tal, mal vestida
Por entre luzes e velas...

Despetalando tuas rosas
Sem perfume no caminho;
O poste é teu leito em pé
E a porta do cabaré
Teu endereço e destino.

Vagueio eu também nas sombras
Perdido a me procurar.
Quem é que mudou o destino ?
E os meus sonhos de menino
Onde é que foram parar ?

Enfim o acaso encontra
Na mesa do mesmo bar,
Amantes de outras noites,
Destinos que o mesmo açoite
Fez tais corações chorar.

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